(...)
Tudo vai bem dentro do coração.
Os batimentos estão no compasso, a respiração está leve.
Há paz e esperança sobre um futuro bom ou somente uma boa noite de sono.
Planejando e já sonhando, o sorriso é o pijama.
O travesseiro é quase ele. A única diferença é que o abraço de verdade é mais gostoso.
Na oração, um pedido de bons sonhos, com ele, se for possível!
Mas aí alguma coisa acontece.
Um pesadelo.
Um desespero.
Uma atitude.
Uma frase que se repete continuamente dentro de sua cabeça.
É tão alto que você quase acorda. Isso seria bom... mas a crueldade de te fazer sentir cada verdade desse sonho é maior.
Tudo tão real quanto a dor e o choro resultante.
Como pode o amor se deixar ser enganado por um sonho tão ridículo, tão nada vê, tão involuntário?
Dormir sorrindo e acordar chorando...
(...)
É como se dentro de você o amor construisse, aos poucos, um edifício.
Bem devagar, andar por andar. Uns mais trabalhoso que o outro mas que te deixa ainda mais orgulhoso.
Nem a tempestade, nem a ventania são capazes de te fazer parar a obra.
Pelo contrário, elas te ajudam a fazer um edifício mais resistente.
Mas de repente, algo pára tudo.
Basta errar. Ou errarem por você.
Um erro tão forte que faz o prédio vir à baixo grotescamente, em um piscar de olhos.
Toda conquista, toda confiança construída se tornam em ruínas.
A dor é real... é como se cada vigas de aço furassem seu coração e todo aquele ar que foi adquirido antes de dormir vazasse por entre os furos.
Os entulhos que sobraram pesam toneladas.
Mas e agora, o que fazer?
Limpar tudo, tirar cada destroço e recomeçar construindo um novo prédio? De outra forma?
Ou arrancar forças de algum lugar para recomeçar com os pedaços que restaram?
É muito difícil. É muito entulho. É muito pesado. É muito pesadelo.
Recomeçar ou recomeçar?
Eu não sei.
Por enquanto eu só estou evitando dormir novamente...